terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Jornal do Dia

Minha lupa fura a folha,
minha retina descortina
a lente de aumento;
isento, estou dentro.

O sol se me bate, concentra
os feixes num ponto branco
que traga a luz e faz surgir
fagulha e fogo.

Minha lupa concentra o mundo.
Fura a folha, o fogo, a relva,
e me repõe, menino, na terra,
entre o mar, o céu e o sol.

Leitores, autores, senhores,
sou eu, seu criado, quem pede: 
sede puros, prontos, permeáveis;
eis que vedes que o dia se aproxima.

Um comentário:

pedro mota disse...

Assim, como num fluxo concavo; convexo, por vezes, se dá a ótica magia do poema - do grandiloquente jornal que oprime o peito: "extra-extra..." Salta sobre ele o menino que ora olha formigas, ora incendeia a página criminal com sua lupa. E urge acima de tudo pois é grande e pequeno; é futuro e passado: zássss!!!
é poesia!