Aqui em frente
de onde eu moro
havia uma casa
de jardim espaçoso.
Aos domingos,
a família reunia-se no jardim,
ouvia-se o barulho de copos,
conversa, talheres, enfim.
Como tudo neste mundo
ou muda ou há de acabar,
também a casa foi vendida,
demolida e, em seu lugar,
construíram uma mansão
que é triste, é luxo,
é desolação.
Que saudade do barulho
que, domingo à tarde,
a casa fazia.
(Tinha até uma bandinha de rock...)
Que saudade do verde,
dos carros,
das chegadas e despedidas,
dos fortes, dos fracos,
do que mais há de haver.
Alguém alegre ou triste,
que eu não sou de fazer previsões,
há de ocupar a casa nova,
vertical, ereta, espectral.
Alguém rico, pouco ou muito,
alguém, somente alguém.
domingo, 11 de março de 2012
sábado, 10 de março de 2012
sexta-feira, 2 de março de 2012
Arco-íris
O verde e o laranja
são hoje cores corriqueiras
onde ontem versejavam
o vermelho e o azul
No jardim ao redor de Clara
pássaros vão despertando
ao derredor da aurora
no rosa-lácteo tom da hora
Vou subir a São Tomé
lá tem tesouros guardados
água forte nas cachoeiras
e pedras altas pra namorar
Vou subir a São Tomé
reviver as doces lendas
cantar canções antigas
d'ocê pega o trem azul
o sol na cabeça
Ontem, hoje, sempre
o sol dourado na janela
me acorda logo cedo
me repõe na fila de carros
O jardim é doce esperança
de logo ver meu Pai
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