Aqui em frente
de onde eu moro
havia uma casa
de jardim espaçoso.
Aos domingos,
a família reunia-se no jardim,
ouvia-se o barulho de copos,
conversa, talheres, enfim.
Como tudo neste mundo
ou muda ou há de acabar,
também a casa foi vendida,
demolida e, em seu lugar,
construíram uma mansão
que é triste, é luxo,
é desolação.
Que saudade do barulho
que, domingo à tarde,
a casa fazia.
(Tinha até uma bandinha de rock...)
Que saudade do verde,
dos carros,
das chegadas e despedidas,
dos fortes, dos fracos,
do que mais há de haver.
Alguém alegre ou triste,
que eu não sou de fazer previsões,
há de ocupar a casa nova,
vertical, ereta, espectral.
Alguém rico, pouco ou muito,
alguém, somente alguém.
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