O arlequim navega
pelo canal
ao cair da noite
sozinho na gôndola
alheio a tudo
olha sempre para frente
empurra o remo para trás
todo céu que ele sente
no presente que ele traz
O semblante branco
como a lua
tudo parece quieto
quando ele passa
pela ponte do Grande Canal
um anjo diante
do bem e do mal
Rodeado de casas grandes
vários andares, muitas janelas
algumas fechadas, iluminadas
outras abertas, desesperadas
A água é de um azul profundo
e ele sente muita paz
e de alegria quase chora
hoje cedo enfrentou a dor
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