Hoje terei a sereia branca
pousada solerte no Hotel Del Mar.
Nesta noite paulistana,
noite fria em que mal se enxerga,
noite de nuvem, noite de névoa,
espíritos lassos e bairristas
entre quadriláteros assimétricos
e palmeiras ancestrais
habitam nas praças, nos canteiros,
conduzem carros,
transeuntes.
Que importam as guerras,
a fome, a morte?
Hoje terei a sereia branca....
Do alto de minha cidade,
de bem acima dos arranha-céus,
sinto-a sozinha no azul primeiro.
Uma confidência pura, simples e celeste
se desprende dos céus de Mário de Andrade
e retorna em código ao calçamento.
Revejo meus pares desinformados,
descubro fantasmas que antes não vira;
acrescentam água, cal, cimento.
Hoje terei a sereia branca
pousada solerte no Hotel Del Mar.
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