quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Neste Dia

Neste dia, vem a tristeza,
meiga senhora, me visitar.
Vem me dizendo que sente muito,
mas já não pode me acompanhar.

Eu vou sair por aí
de braços com a felicidade,
pois a tristeza foi-se embora
e não deixou saudade.

Paulo Som e Bayas, 2001/2002

2 comentários:

bayas disse...

Este poema é na realidade uma canção. A primeira estrofe é uma baita fossa, no estilo de Nelson Gonçalves. Paulo Som, com sua habitual perspicácia, escreveu e musicou a segunda estrofe que tem o ritmo e alegria do samba de rua, do carnaval de rua ou coisa que o valha. O Paulo era capaz de enxergar uma possibilidade de criar uma música em quase tudo; isto é algo que merece ser dito. E quanta saudade deixou... Por favor, não venham me falar dos seus inúmeros defeitos. Lembrem-se das suas virtudes e lembre-se, por favor: comparações não ajudam. Como diz o Victor, meu compadre, meu irmão, se formos olhar, todos temos a bunda suja. Mas, a felicidade que temos aqui é de uma música que começa em fossa e termina em grande alegria, um troço muito legal, espécie dum guindaste pra levantar o astral. E chega por hoje!

Unknown disse...

O bom é esse negócio da tristeza ir embora sem você precisar fazer força pra botar ela pra fora. Em dois versos, praticamente, o autor conseguiu contar uma história sobre o rumo que a tristeza tomou, e quando ela foi embora por livre e expontânea vontade o camarada teve direito a final feliz de braços dados com a felicidade. Em tempos em que só vemos e ouvimos falar de desgraça e tragédias, é muito bom imaginar a tristeza indo embora e a felicidade chegando.