sábado, 11 de setembro de 2010

Estudo nº 3

Olhas o mundo com desdém,
enquanto a paixão te consome.
Os coletivos passam,
os homens esperam em fila,
os engraxates esperam,
as prostitutas esperam,
e teu olhar paira distante
sobre tanta espera represada.

Permaneces inerte
naquele antigo
transe
e percebes
o quanto és pequeno
ainda,
o quanto és tolo
ainda.

Entanto, herdas um pouco de
tudo:
dos mendigos, polida esperança,
dos palhaços, a luta e a dança,
dos pássaros, a manhã!
Ode ao poeta morto!
Ode ao profeta vivo!
Ode, plasmode, desode!
Pra que tanta ode, meu Deus?
Se quiseras, apenas, (quiseras?)
botar em fogo essa paixão
que te devora o coração.

3 comentários:

Anônimo disse...

contundente, definitivo. bs ana maria.

bayas disse...

Ana Maria, onde você anda? Perdi seu telefone

bayas disse...
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